Tipos de argumentação

Para argumentar, isto é, para fundamentar reflexivamente os pontos de vista que defendemos num texto dissertativo, utilizamo-nos essencialmente de raciocínios e de fatos.

Portanto, os tipos básicos de argumentação existentes são a argumentação pelo raciocínio de causa e conseqüência e a argumentação por exemplificação, que passaremos a enfocar.

2.1 - Argumentação pelo raciocínio de causa e conseqüência

Já vimos que o principal elemento constitutivo de nossas redações dissertativas está na relação adequada entre ponto de vista e argumentação. Vamos, então, aprofundar um pouco esse assunto. Os pontos de vista defendidos nesse tipo de texto não devem ser avaliados pelos posicionamentos ideológicos que apresentam, mas pela capacidade de argumentação que possuem, o que implica critérios como coerência, clareza e organização lógica das idéias.

Nesse sentido, o aspecto mais importante do texto dissertativo é o processo de argumentar, de fundamentar competente mente aquilo que se afirma.



Para desencadear esse processo, precisamos nos perguntar o quê e porquê pensamos o que pensamos: o que pensamos sobre o tema? Por quê?

Ao fazê-lo, encontramos a principal relação lógica-argumentativa: a de causa e conseqüência, premissa e conclusão.

Chamamos de causas ou premissas, os fundamentos, as justificativas de nossa opinião. E de conseqüências ou conclusões, as decorrências, os desdobramentos da opinião, do ponto de vista que defendemos.

Exemplo:

É sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso. Explico-me. Todo sofrimento alheio a preocupa, e acende nela o facho da ação, que a torna feliz. Não distingue entre gente e bicho, quando tem de agir, mas, como há inúmeras sociedades (com verbas) para o bem dos homens, e uma só, sem recurso, para o bem dos animais, é nesta última que gosta de militar. Os problemas aparecem-lhe em cardume; e parece que a escolhem de preferência a outras criaturas de menor sensibilidade e iniciativa.

(Carlos Drummond de Andrade - Fala, amendoeira - Poesia e Prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1988)


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