Estrutura e recursos da dissertação

Vejamos como se estrutura esse parágrafo, de Carlos Drummond de Andrade:
Introdução

• tópico frasal (declaração): É sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso.

• Desenvolvimento - Argumentação



a) Apresentação de causas: Porque, pois

Porque, pois Todo sofrimento alheio a preocupa e acende nela o facho da ação, que a torna feliz.

Porque, pois Não distingue entre gente e bicho, quando tem de agir...

b) Apresentação de conseqüências:

Logo, portanto,

Os problemas aparecem-lhe em cardume. Logo, portanto,

(os   problemas)  parece  que  a  escolhem  de  preferência  a  outras  criaturas  de  menor sensibilidade e iniciativa.

Existem duas maneiras básicas de apresentarmos este tipo de argumento, ou seja, de raciocinarmos relacionando justificativas / motivos / causas / premissas e decorrências / efeitos / conseqüências / conclusões:

• partimos da causa ou premissa para chegarmos à conseqüência ou conclusão;

• ou, inversamente, partimos da conclusão para chegarmos à premissa:

Exemplo 1: É sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso. 

Explico-me. Todo sofrimento alheio a preocupa, e acende nela o facho da ação, que a torna feliz.

a) Da causa para a conseqüência Causa

Todo sofrimento alheio preocupa (a minha amiga), e acende nela o facho da ação, que a torna feliz.
Conclusão

Portanto, então... É sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso.

b) Da conseqüência para a causa

É sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso.

porque (já que, uma vez que).........todo sofrimento alheio a preocupa, e acende nela o facho
da ação, que a torna feliz.

Observação:

Repare que, como normalmente ocorre com os parágrafos desenvolvidos por apresentação de razões, em ambos os exemplos o tópico frasal passa a enunciar as conseqüências.

Exemplo 2: É sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso.

Os problemas aparecem-lhe em cardume.

a) da causa para a conseqüência: Causa

É sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso.

Conseqüência

Logo, portanto, os problemas aparecem em cardume (à minha amiga)

b) da conseqüência para a causa: Conseqüência

Os problemas aparecem em cardume (à minha amiga) Causa

Porque, já que, uma vez que é sina de minha amiga penar pela sorte do próximo, se bem que seja um penar jubiloso.
Observação:

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